A obra é uma proposta acurada de pesquisa acadêmica voltada para a área de História antiga e Arqueologia histórica muito bem executada que a pesquisadora Glauce de Souza Luz lançou pela Editora Dialética.
Com a publicação de “O Templo da Concórdia de Agrigento: sua constituição como lugar antropológico (Séculos II-I A.C.)”, a autora busca esclarecer sobre as interações culturais no mundo antigo, a religião romana e a economia, sempre fazendo um paralelo com as pesquisas mais recentes sobre o assunto.
O intuito da autora é despertar o público para uma ótima leitura e a realização de seus próprios estudos sobre o tema. A pesquisadora busca levar a compreensão da ideia de que cultura não é algo monolítico, pelo contrário. Segundo a autora, a história, a diversidade da espécie humana e suas variações no tempo formam um paradigma a ser estudado na nossa sociedade.
Desde o início da minha vida acadêmica eu me interessei por temas relacionados a interações étnico-culturais, em especial nas disciplinas de antropologia e sociologia que cursei na universidade (Unirio/RJ).
Glauce de Souza Luz é Mestre em História Comparada pela UFRJ, foi aluna especial na UNICAMP por mobilidade acadêmica em Arqueologia Histórica, é professora licenciada e bacharela na UFRJ e atua como Professora de História e servidora da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro há mais de uma década / Foto: Arquivo Pessoal.
No entanto, foi somente no curso de História Antiga que a pesquisadora acresceu a curiosidade e pôde ver o quão complexo era o assunto, além de perceber que não é um tema atual, da contemporaneidade, mas de toda a trajetória da história humana.
Glauce de Souza Luz associou no seu livro a política, a economia e a religião no Templo da Concórdia e explicou a importância disso para a sociedade. Segundo a pesquisadora, o Templo da Concórdia era o lugar material e emblemático onde os ritos religiosos dos povos antigos – gregos das colônias da Sicília e dos romanos que estabeleceram domínio na região – transcorriam e ao mesmo tempo era também um local de poder simbólico do poderio romano que lá se estabelecia.
Ainda de acordo com a autora, a política e a religião antiga eram assuntos intrinsecamente interligados na antiguidade, e não se dissociavam. Inclusive as atividades políticas e militares que asseguravam a guerra e a paz envolviam a religião e a política profundamente.
Quanto à economia, a autora pôde verificar que o Templo da Concórdia se inseriu no complexo da praça pública no Vale dos Templos. Centralizada no coração da cidade agorá grega, depois praça pública, figurava como ponto de intermédio entre os produtos comerciais e agrícolas que lá se produziam, se trocavam e escoavam pelo Mar Mediterrâneo, abastecendo todos os territórios sob domínio romano.
“Ressalto a necessidade que todos temos em compreender como os impérios nascem e declinam, como se mantém no presente, como a interação cultural na atualidade não é uma proposta da globalização. É possível perceber que esse diálogo é muito antigo, e que apesar da fluidez das comunicações de massa e dos hipertextos da rede já havia um sistema complexo de interação mundial disposto em teoria. Isso não é algo novo. Para compreendermos o mundo em que vivemos, precisamos estudar referências no passado para melhor nos esclarecer”, pontuou Glauce de Souza Luz.
A obra é voltada para graduandos e pós-graduandos em História e Arqueologia, professores da área de História do ensino fundamental e médio, coordenadores e acadêmicos da área de História Antiga e Arqueologia.
O livro “O Templo da Concórdia de Agrigento: sua constituição como lugar antropológico (Séculos II-I A.C.)” é uma composição distribuída em 136 páginas, escrita de maneira didática em três capítulos aprofundados.
“Eu parti dos objetivos que eu tinha de alcançar com a minha pesquisa e do diálogo das fontes escritas e de cultura material que usei no meu arcabouço teórico para organizar a minha escrita. A partir disso, estruturei o meu livro em três capítulos que objetivavam observar os movimentos de consolidação da presença romana em Agrigento e, por conseguinte, a ressignificação que o Templo da Concórdia recebeu após a conquista romana”, explicou a autora.
No primeiro capítulo do livro Glauce de Souza Luz tratou do contexto histórico, a contextualização da cidade de Agrigento antes e após o domínio romano, desdobrando-se até ao Templo da Concórdia. Já o segundo capítulo aborda a característica identitária entre os povos nativos, helenos (gregos) e romanos, e o diálogo entre eles, representado nas modificações estruturais do templo.
No terceiro capítulo, ela explorou a característica relacional, de como o Templo da Concórdia representou o consenso entre conquistadores e conquistados. Não somente como emblema, mas como representatividade local.
“É relevante essa divisão, pois ela traz uma concatenação de pressupostos inseridos no método de Marc Augé, “o lugar antropológico”, e, que o Templo da Concórdia resultou-se comprovar ser esse lugar, encaixando-se na teoria”, esclarece Glauce de Souza Luz.
Em termos de publicação do livro, a autora contou que foi uma experiência ótima. Ela expressou sua felicidade em tudo ter dado certo nesta primeira publicação da sua carreira.
“A Editora Dialética, por meio de seus editores e responsáveis pelos setores, foram muito gentis e prestativos em meu auxílio. A correria contra o tempo na revisão do meu livro foi cansativa. Mas isso é perfeitamente normal devido a minha inexperiência em publicações. Foi a primeira obra publicada por mim. Mas é com grande satisfação que concluo esse sonho, e que venham mais oportunidades como essa”, disse a pesquisadora.
Além do selo para publicações literárias, a Editora Dialética possui o selo acadêmico e atua com excelência no quesito transformação da tese e dissertação em livros acadêmicos. Dado isso, a empresa também é referência na publicação de livros infantis, visuais, com foco em fotografia e desenhos, e em livros de conhecimentos gerais. A partir disso, se você é escritor ou quer se tornar um, saiba como publicar sua obra ao clicar aqui.
